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Conheça 7 histórias em quadrinhos brasileiras

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As histórias em quadrinhos brasileiras são muito plurais e contam com diversas publicações voltadas para todos os públicos e idades. Ainda assim, muitas pessoas desconhecem as produções nacionais, consumindo apenas as hq`s estrangeiras – em especial as de super-heróis dos Estados Unidos.

Por isso mesmo, hoje vamos apresentar uma lista com diversas opções de quadrinhos para você se aventurar neste universo. São obras variadas, como as infantis, que podem ajudar crianças a aprender e praticar português, até títulos adultos, com temáticas como drama, ação e aventura.

Mas antes de irmos à nossa lista, que tal conferir um pouco da história dos quadrinhos brasileiros? Acredite, eles são mais antigos do que você imagina.

A história das histórias em quadrinhos brasileiras

O mercado brasileiro de publicações neste formato tem início no século XIX. Em 1837 foi criado o primeiro desenho, em formato de charge, de autoria de Manuel de Araújo Porto Alegre. Ela era publicada em litografia e vendida em papel avulso.

O mesmo autor lançaria mais tarde, em 1844, a revista de humor político Lanterna Mágica. Outras publicações surgiram durante este século, como os quadrinhos o francês Sébastien Auguste Sisson, chamados de “O Namoro, quadros ao vivo, por S… o Cio”, na revista O Brasil Ilustrado, e as obras de sátira política de Angelo Agostini.

Agostini foi responsável pela criação de personagens populares à época, como Nhô Quim, de 1869. Este personagem é considerado a primeira HQ de fato do Brasil. Além deste, também criou o Zé Caipora, de 1883, publicado na revista Vida Fluminense.

Os quadrinhos brasileiros no século XX

Com a chegada do século XX, veio a consolidação do gênero no país. Em 1905, foi lançado o Tico-Tico, revista em quadrinhos de grande sucesso nacional. A obra foi inspirada em revistas infantis francesas, ricas em ilustrações. Entre os personagens do Tico-Tico, o de maior sucesso era Chiquinho, que foi publicado por mais de 50 anos.

A partir da década de 1920, os quadrinhos passaram a ter lugar de destaque como suplementos em jornais. Neste período, surgiram também as primeiras editoras nacionais focadas na produção de hq`s, como Flash Gordon, Aladim e uma quadrinização de O Guarani, de José de Alencar.

A partir dos anos 1960, o Brasil presenciou o nascimento de quadrinhos que são famosos até hoje, como A Turma da Mônica, de Maurício de Souza, e O Pererê, de Ziraldo. Desde então, a cultura de histórias em quadrinhos brasileiras se consolidou e continua popular até os dias atuais.

Agora, chegou a hora de você conferir algumas de nossas indicações de quadrinhos para também se aventurar no mundo das ilustrações. Vamos lá?

1. Quadrinhos dos Anos 10 – André Dahmer (2016)

Muito provavelmente você já se deparou com algum quadrinho de André Dahmer pelas redes sociais. Repletos de ironia e sátiras que vão de assuntos cotidianos ao cenário político sempre conturbado do Brasil, Dahmer tornou-se um viral de memes.

O artista começou em 2001 com o famoso Malvados, em formatos de pílulas com uma grande dose de cinismo. Hoje, seus trabalhos são extremamente difundidos entre redes como Facebook, Twitter e Instagram.

A Obra Quadrinhos dos Anos 10 é uma coletânea dos trabalhos mais memoráveis de Dahmer ao longo da década de 2010, e vale a pena saborear cada uma de suas páginas.

2. Turma da Mônica Jovem – Mauricio de Souza (2008)

A chegada da versão teen da Turma da Mônica – em formato de mangá, preto e branco – deixou muita gente com uma impressão ruim. Afinal, essas histórias não iriam manchar a tradição da Mônica e sua turma crianças?

Superando qualquer expectativa, as primeiras edições esgotaram rapidamente. Com isso, começaram a surgir boatos de que Mônica e Cebolinhas iriam, em algum momento, protagonizar uma cena na qual se beijavam. Cientes dessa expectativa, Maurício e sua equipe esperaram até a edição 34 para revelar o esperado beijo. Lançada em 2011, foram vendidos mais de 500 mil exemplares da edição.

Esse número de vendas não era visto há muito tempo no Brasil e nem no resto das Américas, onde gigantes como Marvel e DC ficavam eufóricos se as vendas de seus quadrinhos superassem 200 mil exemplares.

Desde então, A Turma da Mônica Jovem já teve casamentos, intrigas e até mortes. A produção segue a todo vapor.

3. Tungstênio – Marcello Quintanilha (2014)

Marcello Quintanilha já era um autor de relevância quando lançou Tungstênio. A obra marcou uma virada em seus rumos, sendo a primeira de suas produções que não eram baseadas em histórias curtas e coloridas sobre a cidade do Rio de Janeiro.

Ao contrário, Tungstênio possui quase 200 páginas em preto e branco e conta histórias sobre Salvador. A crítica o aclamou em polvorosa, e Quintanilha alcançou lugar de destaque até mesmo na mídia internacional, conquistando um prêmio no importante Festival d’Angoulême, em 2016, e outro no Rudolph Dirks Award, em 2017. Atualmente, Tungstênio e outras obras do autor são publicadas em toda a Europa.

4. Castanha do Pará – Gidalti Jr. (2016)

Se você aprecia uma boa obra com toques de surrealismo e deseja ver isso combinado com um cenário tipicamente brasileiro, Castanha do Pará é seu quadrinho. Criada em 2016, a obra retrata as aventuras e desventuras de um garoto nas ruas de Belém, num formato bastante peculiar para o mercado brasileiro.

Outro destaque de Castanha do Pará é o fato dele ter sido o primeiro ganhador do Prêmio Jabuti – maior prêmio editorial brasileiro – na categoria Histórias em Quadrinhos. O Jabuti não valorizava as HQs como categoria editorial própria no mercado e, depois de um abaixo-assinado via internet de 2017, decidiu criar a nova categoria. Surpreendendo a todos, o quadrinho de Gidalti Jr. ganhou o prêmio mesmo sendo um autor independente e sem apoio de grandes editoras.

5. Gibi de Menininha – Vários Autores (2018)

Ao se deparar com o nome desta obra, é provável que você não entenderá o seu conteúdo. Mas, ao olhar a capa, as coisas começam a mudar. Gibi de Menininha é uma coletânea de histórias de terror macabras criadas por ilustradoras mulheres. O objetivo da obra com esse conteúdo e nome? Derrubar por vez a falsa noção de que o terror é coisa exclusiva para homens.

Por isso mesmo, esta HQ é tão forte. Ele é uma espécie de manifesto sobre a mente feminina e sua relação com o horror, além de dar oportunidade para quadrinistas explorarem seu lado mais sombrio.

A obra tem o estilo de antologia e foi organizada por Germana Viana. São 13 quadrinistas e 6 histórias que certamente irão tirar seu sono à noite.

6. Estórias Gerais – Wellington Srbek e Flavio Colin (2021)

A edição comemorativa de 20 anos da obra Estórias Gerais é um verdadeiro ode às histórias em quadrinhos brasileiras. Considerado um dos melhores HQs nacionais de todos os tempos, a obra começou a ser escrita ainda nos anos 1990, narrando a história da disputa entre grupos armados de cangaceiros no sertão de Minas Gerais em pleno início de século 21.

O quadrinho é composto por diversas histórias curtas e traz vida a diversos personagens com pontos de vistas diferentes. De forma surpreendente, as tramas acabam se unindo em uma narrativa maior e mais complexa ao longo de suas páginas.

7. Alho-Poró – Bianca Pinheiro (2018)

Ainda uma obra jovem para a literatura em quadrinhos nacional, Alho Poró tem tudo para ser uma grande referência dos anos 2010 e 2020 para os próximos quadrinistas brasileiros.

Bianca Pinheiro começou sua carreira com uma Bear, uma webcomic infantil. Surpreendendo a todos, deu uma guinada em sua carreira e demonstrou toda sua versatilidade com os quadrinhos Dora e Meu Pai é um Homem da Montanha, duas narrativas de terror intenso. Mais uma vez soube se reinventar para, então, lançar dois quadrinhos Graphic MSP da Mônica e, enfim, surpreendeu novamente com o conto de vingança feminina em Alho-Poró.

A obra é realmente fascinante, daquelas que te prendem até a última página. Sua postura de alternar entre diferentes gêneros e editoras – por oras até mesmo se auto publicando – segue a postura de alguns autores norte-americanos e europeus e tem tudo para ser cada vez mais uma referência para autores brasileiros.

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