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13 coisas que todo mundo deveria saber sobre o suicídio

13 coisas que todo mundo deveria saber sobre o suicídio

Se você nunca teve pensamentos suicidas, pode ser difícil entender a sensação. E se você já pensou em suicídio, sabe como é difícil falar sobre sentimentos tão delicados.

As reações comuns ao suicídio – de conhecidos ou desconhecidos – geralmente são perguntas como: “Por que ele(a) fez isso?” e “Poderíamos ter feito algo para impedir?”

Como a maioria das coisas na vida, não existem respostas nem soluções fáceis para essas perguntas. Ainda assim, aqui estão algumas coisas importantes sobre o suicídio.


1. O suicídio pode ser prevenido.

O suicídio pode ser prevenido.

Um dos grandes equívocos sobre o suicídio é que ele não pode ser evitado ou prevenido. Isso não é verdade, segundo Joshua Gordon, diretor do Instituto Nacional de Saúde Mental (NIMH) de Bethesda, EUA. Na verdade, médicos e cientistas hoje pesquisam como identificar pessoas em risco e ajudá-las, assim como as inúmeras variáveis que ocorrem na sociedade que podem contribuir para o suicídio.

O NIMH ajudou a desenvolver uma ferramenta de triagem [em inglês] que pode ser feita em 20 segundos e usada para identificar crianças e adolescentes que estejam com pensamentos suicidas.

Algoritmos de computador também podem ajudar os médicos a prever se um paciente está em risco com base em seus registros médicos.

“Em um mundo perfeito, o suicídio seria completamente prevenido. Embora ainda não estejamos lá, os pesquisadores estão estudando como melhor identificar quem está sob maior risco para que possamos ajudar.”


2. Existem coisas que você mesmo(a) pode fazer para ajudar alguém.

Existem coisas que você mesmo(a) pode fazer para ajudar alguém.

Quando alguém próximo a você está sofrendo, pode ser difícil dizer se a pessoa está pensando em suicídio e, a partir disso, agir. Gordon e outros especialistas sugerem uma abordagem de cinco passos:

– Pergunte à pessoa se ela está pensando em se suicidar

– Reduza o acesso dela a objetos ou lugares letais

– Ouça a pessoa cuidadosamente e pergunte em que ela está pensando e como está se sentindo

– Ajude-a a entrar em contato com recursos como o Centro de Valorização da Vida

– Mantenha contato com a pessoa durante e depois de uma crise ou tratamento

“Estudos demonstram que o número de mortes por suicídio cai quando a pessoa em risco está sendo acompanhada por alguém”, disse Gordon.


3. Suicídios podem acontecer em qualquer época do ano.

Suicídios podem acontecer em qualquer época do ano.

No passado, as pessoas achavam que festas de fim de ano – Natal, Hanukkah, Ano Novo – seriam a época de maior risco para pessoas com depressão. Na verdade, quando os especialistas observam os padrões por estação, os suicídios tendem a acontecer durante a primavera e início do verão. No entanto, esses relacionamentos sazonais estão em queda, disse Gordon. Na realidade, as pessoas não sabem exatamente por que algumas estações têm taxas de suicídio maiores do que outras, e eles podem acontecer em qualquer época do ano.


4. Pensar em suicídio não é incomum.

Pensar em suicídio não é incomum.

Cerca de 4% das pessoas com 10 anos ou mais já pensaram em suicídio, de acordo com dados de 2016, com a proporção mais alta – 8,8% – em adultos entre 18 e 25 anos, disse Gordon. No entanto, os números podem ser mais altos em determinados grupos. Por exemplo, um estudo revelou que 32% de jovens em busca de tratamento de saúde mental tiveram pensamentos suicidas.

“Essas pessoas devem saber que não estão sozinhas e que existe ajuda disponível”, disse Gordon. “O primeiro passo é buscar ajuda, por exemplo, conservando com um adulto de confiança, professor, amigo ou médico.”


5. Existem tratamentos para pensamentos suicidas.

Existem tratamentos para pensamentos suicidas.

“Estratégias que funcionam bem para problemas de saúde mental relacionados ao suicídio, como depressão e ansiedade, muitas vezes são usadas no tratamento de pensamentos suicidas”, disse Gordon. “Esses tratamentos geralmente consistem em psicoterapia, medicamentos ou uma combinação dos dois. A recuperação é possível com tratamento.”

Se você não sabe bem por onde começar, as linhas de prevenção ao suicídio podem apontar a direção certa.

No entanto, se você estiver em uma situação em que há risco de vida, ligue para o 192 ou vá ao pronto-socorro.


6. Geralmente existem sinais de alerta, mas eles também podem ser sutis

Geralmente existem sinais de alerta, mas eles também podem ser sutis

Às vezes, é difícil dizer como alguém está se sentindo, mas muitas vezes existem sinais de alerta quando uma pessoa está sob risco. E nem sempre a pessoa parece estar “se sentindo triste”.

As pessoas que estão sofrendo emocionalmente podem ter ansiedade, mudanças de humor extremas – incluindo raiva e irritação – e ter a sensação de que são um fardo para os outros. Elas podem dormir muito ou muito pouco, e falar ou publicar nas redes sociais sobre sentimentos de desespero ou vontade de morrer. Elas podem se sentir presas, isoladas e podem estar abusando de drogas ou álcool.


7. Como falamos sobre suicídio

Como falamos sobre suicídio

Se alguém estiver sob risco de suicídio, a exposição ao comportamento suicida de outras pessoas, seja um familiar ou celebridade, pode ser arriscada. Pesquisas sugerem que a maneira como o suicídio é abordado pela mídia e comentado na internet pode influenciar o comportamento.

É por isso que séries como 13 Reasons Why geraram controvérsia e hoje incluem mensagens de advertência. Também é por isso que existem diretrizes para jornalistas sobre como abordar notícias relacionadas a suicídios e para adolescentes que podem estar falando sobre suicídio na internet.


8. O suicídio não discrimina

O suicídio não discrimina

Pensamentos suicidas podem acontecer com qualquer pessoa, independentemente de idade, gênero, etnia e status socioeconômico. No entanto, alguns grupos têm mais risco do que outros. Mulheres têm mais probabilidade de tentar suicídio, mas homens têm mais probabilidade de morrer por suicídio. Em mulheres, as idades de 45 a 64 anos têm a maior proporção de mortes por suicídio, enquanto, para homens, é de 75 anos ou mais.

O suicídio é a segunda maior causa de morte de pessoas entre 15 e 34 anos e, embora menos comum, está em ascensão em crianças entre 10 e 14 anos.

Nos EUA, por exemplo, nativos americanos, nativos do Alasca e pessoas de meia-idade têm as maiores taxas de suicídio, seguidos de homens brancos não-hispânicos de meia-idade ou mais velhos, de acordo com os Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC).

Americanos negros têm as menores taxas de suicídio, exceto em crianças menores de 12 anos. E todos os outros grupos também estão em risco, incluindo os muçulmanos, que enfrentam problemas adicionais de discriminação e estigma em sua comunidade.

Dito isso, a maioria das pessoas que tem fatores de risco nunca tenta suicídio, disse Gordon. “Continua sendo difícil prever quem vai transformar os pensamentos suicidas em ação.”


9. O estresse também pode desempenhar um papel, até mesmo na infância.

O estresse também pode desempenhar um papel, até mesmo na infância.

Doenças mentais – como depressão crônica – e problemas com abuso de substâncias químicas são fatores de risco conhecidos para o suicídio. Mas pessoas passando por uma crise pontual também estão sob risco, como aquelas com problemas de relacionamento; dificuldades financeiras ou no trabalho; problemas de saúde física; perda da moradia; e problemas criminais ou legais.

Um histórico familiar de violência, abuso de substâncias químicas, suicídio e abuso físico ou sexual na infância também são fatores de risco. “Muitas situações de estresse contribuem para o suicídio entre aqueles com e sem problemas de saúde mental conhecidas”, disse Gordon.


10. Você nunca deve supor que alguém está ameaçando se suicidar para chamar atenção.

Você nunca deve supor que alguém está ameaçando se suicidar para chamar atenção

Se alguém tem pensamentos ou ações suicidas, você deve levá-las a sério, disse Gordon. “Nenhum sinal ou sintoma de suicídio deve ser ignorado”, disse. “Toda conversa sobre suicídio deve ser levada a sério e exige atenção. A ameaça de cometer suicídio não é uma resposta normal ao estresse e não deve ser ignorada.”


11. Perguntar a alguém sobre suicídio não “põe a ideia na cabeça da pessoa”.

Perguntar a alguém sobre suicídio não põe a ideia na cabeça da pessoa

Se você acha que alguém está pensando em suicídio, é aceitável – e até essencial – perguntar se esse é o caso.

“As pessoas muitas vezes pensam que perguntar sobre suicídio pode piorar as coisas, mas, na realidade, estudos demonstram que perguntar a indivíduos sob risco se eles estão pensando em suicídio não aumenta os pensamentos ou comportamentos suicidas. Pelo contrário, perguntar pode muitas vezes ser o primeiro passo para dar àqueles que estão sofrendo a ajuda que precisam”, disse Gordon.


12. O suicídio tem um impacto profundo em quem fica.

O suicídio tem um impacto profundo em quem fica

As pessoas muitas vezes sentem raiva, angústia, desespero, culpa e confusão depois de um suicídio, disse Gordon.

“Aqueles que ficam devem se permitir tempo para lamentar e tentar não culpar a si mesmos pela morte de quem amam. Idealmente, tentar manter contato com os amigos e a família da pessoa, que poderão ser uma fonte de apoio”, disse. “Pessoas que precisem de ajuda para lidar ou se recuperar da perda devem procurar profissionais de saúde.”


13. Pensar em suicídio como um “ato egoísta” não leva em consideração a dor emocional e estado mental das pessoas que fazem isso.

Pensar em suicídio como um

Embora os que ficam possam sentir tristeza e raiva, o suicídio não é um ato egoísta. As pessoas que se suicidam estão passando por uma dor intensa e esmagadora, e muitas vezes têm seu pensamento e sua percepção distorcidos. Embora seja difícil entender, elas podem acreditar que os outros ficarão melhor sem elas.

Se você estiver lidando com pensamentos suicidas, você pode conversar com alguém do CVV pelo número 188 ou acesse www.cvv.org.br.

O Instituto Vita Alere de Prevenção e Posvenção do Suicídio também fornece dados e grupos de apoio a sobreviventes, assim como a cartilha da Associação Brasileira de Psiquiatria.



Por: Luísa Pessoa via: Buzzfeed